Fugi da floresta, a fada ficou para trás, refugiada no seu abrigo de Inverno de volta das suas poções. Mas o Inverno é traiçoeiro e duro nestas florestas montanhosas cheias de mistérios e segredos. O tempo que passei enfeitiçado pela fada desgastou-me e reduziu as minhas forças e capacidades, ainda meio entorpecido vagueie pelas montanhas, deixando as florestas para trás e aproximando-me das terras nuas e secas da fronteira Nordeste, onde um vento seco e frio não deixa crescer nada, uma poeira suja esvoaça pelos ares, não é areia, nem pó da terra, parece cinza...
Entrei nos dominios dos Dragões Negros. Que me espera por aqui? A glória ou a derrota, vencer ou desesperar...
As Fadas, fazem o Cavaleiro temer. São um simbolismo dos opostos, das situações antagónicas, da noite e do dia, do bem e do mal, como tudo em nós, representam as lutas internas. O Cavaleiro sempre lutou contras as magias das Fadas, das suas teias que nos envolvem e prendem perdendo a razão e noção. Mas também é verdade que nos atraem com a sua beleza e sua magia, Branca ou Negra como o Bem e o Mal
A Besta que nos atemoriza está de volta, nas suas incursões pela nossa vida, destruindo sonhos e vontades de futuras conquistas. É uma Besta que está em nós, mais profunda nuns, mais ao de cima noutros. Temos de lutar por expulsar a Besta e não deixar que ela nos controle, nos destrua, dê cabo dos nossos sonhos, pois sem eles não somos ninguém. O sonho comanda a vida e faz com que ela role em paz...
Adormeci, e sonhei, com aquele olhar me entreviu na penumbra, aqueles olhos amendoados e escuros que me seguiram e fixaram. Aquele olhar que me acordou e me fez sonhar outra vez. Sonhei, uma noite de sonhos repetida, de cada vez que sonhava com o teu olhar, acordava para voltar a adormecer e mais sonhar...
